terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Roxo choque

As vezes eu queria te dizer que, nas vezes, em que quase sempre penso em você, me vem nosso antigo horizonte, aquela moeda que joguei na fonte desejando que a sorte nos seguisse de perto, só que é certo que a sorte anda por si própria, e se apropria dos sonhos, mas alego que a alegria liga a saída certa dessa agonia e guia os corações feito imã, alma irmã, rosa e azul que se une em oposto, forma contra posto, se chocam, mas se amam.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

bem e mal

Por baixo do cimento existe terra,

Por baixo da cobertura dura, o recheio

E por de baixo do meu receio existe uma guerra...

Eu vivo, enquanto opostos se apossam de mim...

bem e mal, batalha sem fim.

Resolver problemas

Passei 20 anos na escola para aprender que 1+1 = 0

por que 1 + 1 é menor que 6.775.235.741 e então 2 não fariam diferença nenhuma.

Passei 13 anos ouvindo como heróis corajosos encontraram nosso país, e 1 hora descobrindo que era tudo mentira.

Passei dois anos aprendendo a me comportar, cantando músicas para comer lanchinhos, e 3 dias sofrendo por saber que a cada minuto 12 crianças morrem de fome.

Passei 8 anos convivendo com todo o tipo de pessoa, e vendo todo o dia a falta de vontade dos meus professores e só precisei de 1 dia para entende-los.

Passei 2 anos ouvindo meus pais gritarem, ficando mal por ver meu pai cansado chegar do trabalho com menos de um salário mínimo.

Passei de ano na escola, passei minha vida diante dos meus olhos tentando resolver problemas de matemática, ouvindo histórias e conjugando verbos, a esperança de que o mundo pode melhorar ainda vive em meu coração, mas a minha dúvida é: se tudo o que eu aprendi era mentira, será que essa esperança é apenas mais uma, ou será a única verdade que me ensinaram?

Qual a soma de tudo isso?

qual o final dessa história?

como se conjuga o verbo mudar no imperativo afirmativo?

domingo, 19 de dezembro de 2010

só isso que preciso...

Eu, você, uma manta no chão, chão de mato molhado de orvalho, lua, vinho e violão.

Aos nossos pés...o mundo, e a eternidade em um só segundo.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Final feliz

Dobrei meus lábios para ver o pouco que me restava do gosto seu, inútil, é inútil resistir a essa saudade que já me invade, sensação estranha que me domina, toma meu corpo todo, me anestesia e causa dor ao mesmo tempo;

Como entender algo que não faz nenhum sentido?

Como explicar para a vida o porquê da morte?

Como fazer o coração entender que as pessoas se vão e nós ficamos?

Nós ficamos, não por inteiro, mas ficamos, e o mundo nos obriga a continuar com as poucas forças que temos, nos abriga a rastejar em um lugar frio, triste, e sem cores.

Ficamos, mas tudo ao nosso redor se vai, inclusive a vontade de continuar aqui, quando o silencio sussurra soluções aos nossos ouvidos, quando tudo se torna confuso e sedutor, passamos a olhar a “vida” com outros olhos e com vontade de nos cegar, chega a tal ponto que ninguém mais acredita na sua volta, na sua vitória, quando você não consegue acompanhar o resto e se torna um peso, tanto para o mundo, quanto para você mesmo ou o que sobrou daquilo que você chamava de si.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Sou seu sol

Quando você se fez substituto do sol, quis fazer de você luz dos olhos meus. Apareceu assim, como farol, que iluminaria qualquer breu. E é claro que te amo, claro, te chamo, chama, Tocha, lareira, clareia minha vida. Seja minha lua ao anoitecer, meu sol quando se levantar e meu fogo quando a luz se apagar.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Tempo

No escuro tudo é medo,

do futuro nada é certo,

o agora não é um presente,

o distante já é passado.

Nesse instante finito,

o pretérito não tem nada de perfeito,

e o futuro é indefinido.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Borracha ruim

Eu não posso mexer muito, pois lá no fundo sei que junto de mim ainda existem traços seus, um pouco borrados de lágrima, um pouco na visão mínima, talvez quase sumindo. História nossa, com um quase começo e um quase final feliz. Enfim, cicatriz, apagar o quase passado com borracha ruim, destino traçado, mas não por total, história sem ponto final

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Enlaçados

Eu vou me prender em você,

Me enrolar, me perder,

fazer em você meu aninho,

meu único caminho.

Enlaçar nossos destinos,

enroscar seu corpo no meu,

vou fazer da gente pacotinho,

eu e você, você e eu.

Agente vai parar o tempo,

não haverá antes nem depois,

só o agora, esse momento.

Vou repousar minha alma em seu olhar,

me aquietar em seus braços, nossos braços

em nosso abraço não restará espaço,

mesmo batimento, mesma pulsação

Dois em um, um só coração.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Estação de frio

Que a tristeza em mim não me domine,

pois o ano é feito de estações.

Que cada uma delas me ensine,

e que me cubra dessas confusões de noite fria.

CORINTHIANS

A cada gol eu renasço,

cada derrota me fortaleço.

Meu coração vibra,

nossa fé é de fibra.

Agente não torce, agente ama.

Agente ama com todas as forças,

Agente não canta, agente te clama.

Agente te roga, te invoca.

Acreditamos até o final,

vencendo ou perdendo, é fatal.

Nunca me peça que pare de gritar

nunca me peça que pare de te amar,

pois é loucura sem cura.

é loucura que nasce no parto

é loucura de sangue, de coração

eu coloco fardo, grito, morro por ti,

o amor mais sincero que vi,

para sempre gavião.

E mesmo que a coisa fique preta

vou te amar, te amar tanto,

amar eternamente,

amar no preto e no branco.

domingo, 28 de novembro de 2010

Pétalas ao chão

No meu caminho longo, tropecei em muitas pedras,

mas isso não quer dizer que tenhas que me apedrejar.

Virei esquinas erradas, andei por ruas perdidas,

e eu cai algumas vezes, mas nunca me esqueci de levantar,

fui muitas pessoas, vivi muitas caras e me encontrei perdida.

Agora eu escrevo de ódio e de amor,

eu escrevo de felicidade e de dor,

pois sei o que são.

Sou certa e sou errada, mas sempre sou julgada.

Injusta perseguição.

Me deixa sentir, me deixa cair, me deixa me machucar,

claro que quero sorrir, mas tenho muito ainda para chorar.

Me deixa errar, me deixa aprender,

me deixa arrepender, me deixa descobrir

e me deixe livre para escrever, sem tentar me enjaular

no seu padrão de certezas,

pois minhas palavras são como pétalas ao chão

podem enfeitar ou sujar, depende de como você as verá.

sábado, 27 de novembro de 2010

Amar

Ame mesmo que amar doa

mesmo que te leve a se doar, ame.

Ame intensamente toda e qualquer pessoa.

E quando nem amar der certo, clame,

mas ame apesar de tudo, ame todos.

Reclame por amor, mas mesmo mudo, ame.

Mude por amor, e apesar de tudo,

ame, pois amor tudo causa e tudo cura ,

o amor de tudo é estrutura,

o amor tudo gera e tudo encerra,

nascemos do amor, morremos de amor

amor nos une e nele tudo se resume, amor.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

adolescente sente

Espinhas explodem em meu rosto

Hormônios mudam meu corpo

e ainda pedem para eu me educar,

ainda dizem que não vi nada

e tem muito para caminhar.

querem que eu aceite o destino proposto,

Tristeza, vazio, confusão e desgosto!

E ainda me chamam de rebelde sem causa

e ainda me passam em um filme sem pausa

Bisa, avô, pai, todo mundo foi assim, nada mudou.

Querem mudar o que sou,

querem transferir minha vontade,

vontade de honestidade, de verdade.

Me empurram, me batem, me manipulam,

Boneco de ventríloquo, mas eu sou tri louco

e não vou me deixar vencer por essa influência podre,

por essa ilusão pobre.

Essa correção corrói!

E por acreditar na esperança me chamam de garoto inocente

drogado, depressivo e doente,

Querem me mostrar o jeito certo de ser

Não vou acreditar não.

Não vou me calar, me cegar, não.

Sim, eu acredito no futuro,

os anos foram se passando

e nós somos a luz de esperança nesse escuro feito de adulto maduro.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Contrários

Toda liberdade tem a sua rédea

Todo terror tem um pouco de comédia

Toda coragem tem um fundo de medo

Toda tarde tem alguém que chega cedo

E nem toda errança é feita só de erro.

Eu descobri assim, com os opostos

que somos compostos de pólos

E eu sou amor de cima para baixo

e ódio de baixo para cima.

As vezes o ódio me sobe a cabeça

E as vezes o amor por inteiro me domina

sábado, 13 de novembro de 2010

Meme

Bom, parece que rolava uma brincadeira entre os blogueiros de responder essas perguntas logo abaixo e eu fui indica por uma amiga, então ai vão minhas respostas... 1-Nome: Isabela
2-Trilha sonora da sua vida: Aloha - Legião Urbana
3-Banda Favorita: Legião Urbana
4-O que você nunca tira: Meu olho ? kkk
5-Lugares que queria ir: Itália
6-Maior sonho: Fazer as pessoas enxergarem problemas e lutarem por mudanças
7-Maior perda que já teve: A esperança, em certos momentos.
8-Ama fazer: Ficar parada e observar as coisas, as pessoas e etc.
9-Uma citação que goste: " Minha força não é bruta"
10-Ultimo livro que leu : Ponte para Terabitia - Katherina Paterson 11-Melhor livro que leu: Olhai os lírios do campo - Érico Veríssimo 12-O que você anda fazendo : Tentando entender o mundo
13-Objetivo para o ano que vem: Render sorrisos
14-Melhor coisa que te aconteceu esse ano: Sobreviver a ele
15-A data que marcou sua vida: 07/10/2004
16-Algo que só você saiba fazer: Sorrir na pior das situações
17-O que te dá inspiração: O mundo em geral
18-A certeza da vida é: só o amor salva, só o amor cura.
19-A melhor coisa na blogsfera: Sentir, a cada palavra, cada estrofe, cada verso a personalidade de cada pessoa.
20-Indique para 3 pessoas. 1- Nino 2- Nayguel 3- Diego É isso ai, essa sou eu. Beijos.

Correndo

Era tarde, as luzes da cidade já estavam acesas, a linda cidade, com as mesmas belezas, mas quebrando o silencio, ouve-se um disparo... Uma bala voando, correndo em direção a um carro. Matou, matou correndo. Correndo. Agente vive correndo. É uma vida na esquina, só mais um e um a menos. Correndo. Aquele garoto está correndo do assalto, ou será ele o assaltante? As vezes foi seu único sobressalto, para pagar o traficante. Correndo da realidade. Correndo. Aquele senhor foi morto, Foi deixado sozinho ali, todo torto, ele tava pronto, tava no ponto... Na direção da bala, na direção da ira de quem atira, direção de quem sobrevive correndo de quem corre para sobreviver.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Ler um poema e não um poeta

Não posso ser funcionária, não sei obedecer.

Não posso ser presidente, não sei me cegar.

Me sufoca ser exata, calcular, subtrair, isso me mata.

Não sei sorrir sempre, não posso ser palhaça.

Sou uma metáfora, uma meta, fora, mas não saberia cantar isso...

Eu só sei aprender, aprender a não fazer nada,

só sei ser criança que não quer crescer,

um Peter pã mal formado

que não quer acreditar no que vê ao seu lado,

que não pensa mal de ninguém,

só deseja paz e só sabe brincar,

brincar com as palavras sem nem saber rimar...

sentir, amar e dizer o que estou vendo,

mostrar minha confusão e confundir também quem está me lendo.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Acorde

Acorde coração...

o dia já nasceu, tão limpo.

Puro como o amor que sinto,

lindo como seus olhos a me sorrirem bom dia.

Acorde coração...

o dia já raiou, tão lindo.

O raio que ontem te assustou já passou,

hoje o céu está limpo,

livre para você criar

acordes do coração.

Acorde coração, pegue seu violão...

Vamos juntos compor uma canção,

sobre o dia amanhecendo lindo

e eu te ter ao meu lado sorrindo

escrevendo na mesma sintonia

acordes do nosso coração.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Balão

Eu tenho pena de você garoto,

não entendo como apesar de tão vazio, tão fútil,

ainda conseguiu se inflar com tanto ego

e se achar maior do que seus iguais.

Você se orgulha do que rapaz?

A cada noite seu coração mais se esvazia,

daqui a um tempo você se perde na sua orgia.

E ai, de onde vira sua alegria ?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

por você e por mim

Pisa, chuta, morde e arranha,
trinca tudo feito teia de aranha, não tenha dó nem do pó que me resta. Deixa estar, coração tem aresta, brinca bastante, espera que espeta, e ai dói em você, corrói você, mói você. E ai você corre pra mim. morre pra mim, porre pra você. desculpa pra mim, perdão pra mim, culpa pra você. alegria pra mim, liberdade pra mim... dane-se pra você.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Psiu, moça me ouve

você fala tanto, que não consegue escutar nada

Mas, por um minuto só feche seus olhos, fique calada,

ouça as vozes a pedirem socorro

vozes mudas que gritam,

vozes tristes que choram, sussurram.

Escondidas, caladas, reprimidas.

Vozes largadas no mato, vozes tremendo no chão,

vozes trancadas no quarto, vozes mostram sua missão;

“- Me ajuda, me procura, me cura,

me socorre, mas corre

porque minha vida me machuca, a ferida arde

a esperança vai junto com o cair da tarde

e o frio congela meu coração

não tenho tempo de esperar a próxima estação.”

“- Me procura, me ajuda, me cura

Me tira dessa sepultura

angustia que vem ao cair da tarde,

não levanta, não reage, corpo covarde!

E por fome choro dia e noite,

a vida me castiga feito açoite.”

Ouviu isso moça?

Viu só quanto sofrimento,

E você dorme feliz no seu apartamento,

com seu carro novo, e essa indiferença imensa

E ainda quando eu falo da gente, você sente como ofensa

Não quero muito, só quero viver

sem ter que me humilhar para comer.

Eu quero dignidade, quero só valer mais do que

uma moeda de um real.

Eu sou real, eu estou aqui,

Me ajuda ?

a espera

Vou levar, até que a vida me leve até você,

vou deixar o tempo responder.

Deixar que o tempo passe,

até que você passe aqui

e me ensine o que não aprendi.

Vou deixar o acaso vir

e me trazer outro motivo para sorrir

além de você, nós.

Vou continuar com essa vontade de você

até que a vontade vire verdade

e enfim eu possa sentir

sem medo, só amor.

domingo, 10 de outubro de 2010

Espelho espelho meu

A mulher que se olha no espelho e se deforma,

se transforma para se formatar,

se forma na forma que querem que ela seja,

Cada vez mais deformada,

se transforma e não se conforma

ela se sente mal, de forma alguma será igual

e mesmo assim morre para tentar, e vive tentando

se mata sofrendo, vive se matando.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Justiça eleitoral

Hoje sujaram as minhas ruas com rostos.

rostos desconhecidos, sorrisos falsos.

Hoje sujaram meu domingo com promessas,

todo mundo correu com tanta pressa.

Afobados em se livrar do tal dever de cidadão.

Hoje sujaram minha cabeça com palpites

e vozes me dizendo o que fazer

no rádio, no carro lá fora e na tv.

Me disseram qual dos rostos escolher.

Hoje sujaram minhas ruas com afeições

me disseram que era a tal das eleições

e os que me representariam eram aqueles caras do chão,

aqueles papéis aos quais estávamos pisando

aqueles aos quais estávamos nos conformando

Hoje sujaram minha moral como pessoa

Me fizeram calar e disseram que era só apertar o botão.

Me chamaram de ignorante, sem voz ou expressão

E eu sem saber quem culpar, apenas concordei.

me disseram que era pra aceitar

e ainda chamar de vossa excelencia .

Hoje eu limpei minha consciência

eu quem estou na presidência,

eles dependem de mim

tanto quanto eu dependo deles.

Hoje não vou mais me sujar

Ontem sujaram minhas ruas com cartazes

Amanhã eu vou sujar a deles também

vou gritar, dizer que não queria eleger ninguem

Com minha voz e painéis que ficaram a vista

Dizer que:

O QUE EU QUERO É JUSTIÇA!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Pessoas reais

As pessoas boas que fazem o melhor,

o trabalhador que limpa divida com seu suor.

Aquele que senti na pele o que é sofrer,

que lida com o pior e ainda tem fé vigilante,

sabe que azar é maré constante

e mesmo assim com seu barquinho

se põe a caminho da esperança.

E mesmo assim de pouquinho em pouquinho

trilha caminho para uma mudança.

As pessoas verdadeiras que devemos observar,

as verdadeiras pessoas que temos de admirar.

Olhar

E mesmo que minha alma chore meus olhos estarão sorrindo,

serei como uma gota de chuva que cai na terra seca

exalando a essência de alegria que a vida gera.

Como cada sorriso sincero, cada bem que espero.

como a flor que abre sem medo de viver,

a criança que brinca sem vontade de crescer.

toda pureza desse mundo em um doce olhar de amor

toda beleza desse segundo em um só olhar acolhedor.

domingo, 26 de setembro de 2010

Se desse para medir coragem não me diriam que sou pequeno demais para ganhar.

Fruto proibido

Ela veio ligeiramente até mim,

fixou meus olhos e me disse assim:

- Oi, quer uma maçã?

Como uma ilusão macieira,

falsa compaixão,

uma paixão passageira.

Verruga de bruxa,

ternura de princesa,

mas veneno de cobra

rastejando se desdobra.

Depois veio novamente até mim,

fixou meus lábios e me disse assim:

- Gostou da maçã?

Fez-se então pergunta retórica

todos sabiam a finalização histórica

dessa vez sem nenhuma dúvida,

dádiva de feiticeira,

murcha de saída rasteira,

nem sentiu olhar de desgosto

contentou-se com o destino preposto

e sem deixar rastros visíveis, partiu.

Não mais veio até mim,

fixou meu peito, deixou assim,

com uma pena serena

sem desejo de vingança.

história de criança, final com esperança,

verdadeira compaixão.

Pois apesar de ter me feito mal,

foi ela quem rastejou ao chão, e fez esse final.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Metade


Metade é maldade, metade é só meio...
metade é maldade, eu quero um inteiro.
Metade não é o suficiente,
metade é um jeito de enganar a gente.
sou metade, sou dois quartos
Alma gêmea que morreu no parto
Um meio só, no meio de meios inteiros,
meios de aceitar ser metade e esperar ser inteiro.
Metade é de dois, mas sou só um.
Um só, esperando minha arcanja cupida sair do jejum
Arcanja, pare de comer só metade de uma laranja !

domingo, 12 de setembro de 2010

Inexplicável

Explicar que sente o que ninguém consegue entender

E que entende o que ninguém consegue sentir.

Explicar o amor, o poema, e o som de uma cena, em dezenas de palavras.

Palavras amadas, sentidas, sofridas e choradas.

Tentar explicar a quem me pergunta o que sinto,

em um pequeno sucinto, apenas um quinto,

um quinto faminto por mais, um quinto que com pouco não se satisfaz.

Dizer que existe sentimento sem nome, algo que come a fome de viver.

Que faminta a vontade de morrer, de repente a vida perde o odor e só me

resta o resto da palavra, a dor.

Talvez seja meu refúgio, minha parte mais pura

Minha proteção de mim mesma, minha cobertura.

Então porque não posso controlá-la? É minha rosa de espinhos

Minha holoparasita, protege-me da dor, mas é ela minha ferida.

Tira o sofrimento, leve então minha vida.

Minha alma clama por repouso, e mesmo vagando, correndo do castigo

escorrega nas poças em dia chuvoso, muito frágil tem medo de perigo

e apesar do outro dia de amanhã, nada amanhecerá.

Eu ainda acordo, e a bordo de um navio sem fuga, apenas concordo.

Te devo por minha melodia, por minha melancolia, arritmia

Tens sido a inspiração, motivo de composição.

Domina, e eu te permito, suga-me meu mel

bem vagarosamente até que eu não possa sentir mais nada

nem ao menos reagir, serei sua hospedeira.