segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Psiu, moça me ouve

você fala tanto, que não consegue escutar nada

Mas, por um minuto só feche seus olhos, fique calada,

ouça as vozes a pedirem socorro

vozes mudas que gritam,

vozes tristes que choram, sussurram.

Escondidas, caladas, reprimidas.

Vozes largadas no mato, vozes tremendo no chão,

vozes trancadas no quarto, vozes mostram sua missão;

“- Me ajuda, me procura, me cura,

me socorre, mas corre

porque minha vida me machuca, a ferida arde

a esperança vai junto com o cair da tarde

e o frio congela meu coração

não tenho tempo de esperar a próxima estação.”

“- Me procura, me ajuda, me cura

Me tira dessa sepultura

angustia que vem ao cair da tarde,

não levanta, não reage, corpo covarde!

E por fome choro dia e noite,

a vida me castiga feito açoite.”

Ouviu isso moça?

Viu só quanto sofrimento,

E você dorme feliz no seu apartamento,

com seu carro novo, e essa indiferença imensa

E ainda quando eu falo da gente, você sente como ofensa

Não quero muito, só quero viver

sem ter que me humilhar para comer.

Eu quero dignidade, quero só valer mais do que

uma moeda de um real.

Eu sou real, eu estou aqui,

Me ajuda ?

Nenhum comentário:

Postar um comentário