Explicar que sente o que ninguém consegue entender
E que entende o que ninguém consegue sentir.
Explicar o amor, o poema, e o som de uma cena, em dezenas de palavras.
Palavras amadas, sentidas, sofridas e choradas.
Tentar explicar a quem me pergunta o que sinto,
em um pequeno sucinto, apenas um quinto,
um quinto faminto por mais, um quinto que com pouco não se satisfaz.
Dizer que existe sentimento sem nome, algo que come a fome de viver.
Que faminta a vontade de morrer, de repente a vida perde o odor e só me
resta o resto da palavra, a dor.
Talvez seja meu refúgio, minha parte mais pura
Minha proteção de mim mesma, minha cobertura.
Então porque não posso controlá-la? É minha rosa de espinhos
Minha holoparasita, protege-me da dor, mas é ela minha ferida.
Tira o sofrimento, leve então minha vida.
Minha alma clama por repouso, e mesmo vagando, correndo do castigo
escorrega nas poças em dia chuvoso, muito frágil tem medo de perigo
e apesar do outro dia de amanhã, nada amanhecerá.
Eu ainda acordo, e a bordo de um navio sem fuga, apenas concordo.
Te devo por minha melodia, por minha melancolia, arritmia
Tens sido a inspiração, motivo de composição.
Domina, e eu te permito, suga-me meu mel
bem vagarosamente até que eu não possa sentir mais nada
nem ao menos reagir, serei sua hospedeira.
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