Ela veio ligeiramente até mim,
fixou meus olhos e me disse assim:
- Oi, quer uma maçã?
Como uma ilusão macieira,
falsa compaixão,
uma paixão passageira.
Verruga de bruxa,
ternura de princesa,
mas veneno de cobra
rastejando se desdobra.
Depois veio novamente até mim,
fixou meus lábios e me disse assim:
- Gostou da maçã?
Fez-se então pergunta retórica
todos sabiam a finalização histórica
dessa vez sem nenhuma dúvida,
dádiva de feiticeira,
murcha de saída rasteira,
nem sentiu olhar de desgosto
contentou-se com o destino preposto
e sem deixar rastros visíveis, partiu.
Não mais veio até mim,
fixou meu peito, deixou assim,
com uma pena serena
sem desejo de vingança.
história de criança, final com esperança,
verdadeira compaixão.
Pois apesar de ter me feito mal,
foi ela quem rastejou ao chão, e fez esse final.
Nenhum comentário:
Postar um comentário