Agora eu vejo as folhas que caem da arvore,
o verão passou tão depressa.
Os batimentos de um coração em mármore
quase me fizeram esquecer daquela promessa
de te escrever...
Rosa minha não te deixarei morrer
rosa minha não morra, fuga, corra!
Quando a vida adulta vier te dominar
corra para baixo da cama, eles não iram te achar.
Logo mais eu irei ao teu encontro, encanto,
chegarei para te molhar com lágrimas de meu pranto.
de alguém cansado, fadigado de tédio
que não se acalma, não imagina remédio.
Rosa minha cor de rosa, te escrevo de um planeta bem distante,
os anos passam como se fosse um só instante.
Agente corre bastante, agente morre bastante.
Quase ninguém te enxerga mais,
qualquer sonho aqui se desfaz.
Eu sei que para te ver devo desabotoar o terno, tirar os sapatos
E então levantar os pés do chão.
E ai flutuar, fugir dessa prisão,
Dessa loucura, amargura humana de matar sua metade
De calar sua vontade de criar, e brincar com a verdade.
Ficai viva em mim rosa pura, salvai-me.
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